Nos últimos dias, Calane estava hospitalizado. Tinha complicações relacionadas com a Covid-19.
Raúl Alves ou simplesmente Calane da Silva, Licenciou-se em Letras e apresentou à Faculdade de Letras da Universidade do Porto a sua dissertação de mestrado em Linguística Portuguesa, em 2002, intitulada Pedagogia do léxico : as escolhas lexicais bantus, os neologismos luso-rongas e a sua função estilística e estético-nacionalista nas obras Xigubo e Karingana wa Karingana de José Craveirinha.

Jornalista de mão cheia foi Calane da Silva, que durante 23 anos, foi jornalista e chefe de redação no jornal Notícias, na revista Tempo e director de informação da Televisão de Moçambique - TVM. Foi um dos co-fundadores da Associação de Escritores Moçambicanos, onde foi secretário adjunto, em 1987. Foi Docente no Centro de Línguas da Universidade Pedagógica, em Maputo e investigador da literatura moçambicana.
Colaborou na imprensa com a publicação de poesias, contos, crónicas e ensaios, publicações inclusas antologia Sonha Mamana África de 1987 e tem publicados os livros Dos Meninos da Malanga (1981) e foi seguido por, pelo menos, outras 10 obras, incluindo Xicandarinha na Lenha do Mundo de 1987.
Em 2011 recebeu o Prémio José Craveirinha, o maior galardão literário moçambicano, em reconhecimento da sua carreira na literatura e no ensaio.
O calar de Calane da Silva é o apagar de uma biblioteca viva que será lembrada e fará falta a qualquer ascendente da literatura moçambicana e não só.
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