LUANDA: Menor de 15 anos abusada por 8 homens

 


A comunidade do município de Mulenvos, na província de Luanda, está em choque e indignada com o suposto abuso sexual de uma menor de 15 anos por oito indivíduos, vizinhos da vítima.

O crime, que alegadamente incluiu espancamento e cortes com lâmina nos órgãos genitais da jovem, ocorreu numa obra abandonada, um local já conhecido por servir de esconderijo para marginais e palco de situações semelhantes.

 

O Relato do Crime e as Condições da Vítima

 A mãe da menor, Ana, conta que o fatídico dia ocorreu na sua ausência. Ao regressar de um óbito, deparou-se com os acusados que a alertaram, dizendo: “Mamoite dormimos a tua filha, mas é para lhe pagar”. A menor, identificada como Dad, relatou ter sido arrastada, com a roupa rasgada, e que os agressores lhe taparam o rosto com um lençol. Mais perturbador é o facto de terem alegadamente cavado um buraco com a intenção de a matar e enterrar.

Após o ataque, a saúde da jovem ficou “bastante complicada”. Segundo a parteira que realizou a limpeza, a menor precisava de “muito cuidado” e “todas as consultas”. A vítima não conseguiu sentar-se por uma semana e dois dias, tendo de ser transportada deitada em táxis devido às lesões.

 

Acção Policial e a Controvertida Libertação dos Suspeitos

 A mãe da vítima agiu prontamente, dirigindo-se à polícia em Capalanca para denunciar o crime. Os suspeitos foram detidos do dia 16 ao dia 5, mas, para a indignação da mãe, os oito acusados encontram-se actualmente em liberdade. 

Durante o período em que os suspeitos estavam detidos, as mães de três dos acusados tentaram persuadir a família da menor a retirar a queixa. Elas choraram e pediram para “negociar” e “pagar”, alegando que os filhos estavam perto de fazer 18 anos ou já tinham atingido essa idade. No entanto, a mãe da vítima recusou-se veementemente, afirmando: 

“A consciência da minha filha não se negocia”.

 

Impasse Jurídico e o Clima de Medo na Comunidade

 A busca por justiça tem sido marcada por obstáculos. A mãe relata que, na esquadra, um inspector da polícia alegadamente questionou os seus motivos, sugerindo que ela estaria a perseguir o caso por dinheiro: “Senhora Ana você estás a pensar que vão te indemnizar por isso é que tá sempre atrás desse caso”.

A mãe refutou a insinuação, reiterando que a sua preocupação era a segurança de outras crianças no bairro.

Mais alarmante foi o conselho dado à mãe por agentes da polícia para que ela “saísse do bairro” para ter “menos irritação”, sob a alegação de que a polícia “não [tinha] mecanismo” para resolver a situação no local.

A mãe, que trabalhava por conta própria e perdeu muitos clientes, não tem condições financeiras para abandonar o bairro. 

O impacto social na comunidade é profundo. Crianças que antes iam à cantina já não saem de casa, e quando o fazem, são apontadas ou questionadas se são irmãos da vítima ou dos agressores. Os alegados agressores, por sua vez, parecem agir com impunidade, chegando a provocar outras crianças na escola, gabando-se do ato e afirmando que “ninguém tá aí na escola”.

 

Apelo por Justiça 

Indignada com a situação e a falta de responsabilização, a mãe da vítima “pede encarecidamente que os responsáveis deste ato sejam responsabilizados criminalmente”. A história da menor e o calvário da sua família têm sido acompanhados pela TV Zimbo, com a reportagem de Maria Pedro e imagens de Lionel de Andrade.

 

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