O consumo de drogas entre adolescentes e estudantes tem vindo a crescer de forma alarmante na cidade de Maputo. A denúncia vem de encarregados de educação e líderes comunitários que se dizem preocupados com os efeitos devastadores deste fenómeno nas famílias e na sociedade.
Albertina Jaime Machava, encarregada de educação, afirma que o consumo tem vindo a aumentar nos últimos anos, impulsionado por múltiplos factores — desde a necessidade de aceitação por grupos de amigos, até problemas familiares e emocionais.
“As consequências são graves: abandono escolar, aumento da violência, crescimento da criminalidade e perda de oportunidades. Há jovens a tornarem-se dependentes químicos, com danos na saúde mental, baixo desempenho escolar e conflitos familiares.”
Por sua vez, Marilia, moradora do bairro São Dâmaso, relata um cenário de desespero. Ele diz que as chamadas “bocas de fumo” se multiplicam e que os moradores se sentem abandonados pelas autoridades.
“Estamos de mãos atadas. Já falámos com o chefe de quarteirão, com a estrutura do bairro, mas nada acontece. Nossos filhos, irmãos e vizinhos estão a perder-se nas drogas. É um verdadeiro grito de socorro. Pedimos ajuda, porque temos medo. Muitos jovens antes de consumirem, assaltam. Não há reabilitação, e isso preocupa-nos muito.”
A comunidade exige medidas urgentes, incluindo centros de reabilitação, apoio psicológico e ações efectivas das autoridades locais para combater o tráfico e apoiar as famílias.
É uma realidade dura que clama por resposta. Enquanto isso, em muitos bairros de Maputo, o medo e a impotência continuam a ser o pão de cada dia.
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