Médicos Residentes do HCM anunciam paralisação fora do expediente a partir de 1 de Junho

Maputo, Moçambique – Os médicos residentes do Hospital Central de Maputo (HCM) anunciaram uma paralisação das actividades fora do expediente a partir de 1 de Junho, por tempo indeterminado.

Trata-se da terceira paralisação em dois anos no maior hospital do país, e os profissionais afirmam que será a mais severa até agora. O grupo, constituído por mais de 200 médicos residentes, alega que está há mais de um ano sem receber horas extraordinárias.

A regularização dessas dívidas laborais tem sido uma promessa recorrente não cumprida. Para além das pendências salariais, os médicos denunciam condições indignas de trabalho.

"Não temos acesso a água potável durante os turnos, nem subsídios para transporte. Tudo é por conta própria", declarou um médico residente à TV Sucesso Moz.

O mesmo profissional explicou que os problemas são estruturais e prolongam-se há mais de dois anos, tendo já resultado, em 2024, numa paralisação de dois meses. As principais causas apontadas foram a falta de condições para exercer urgências e o pagamento irregular de remunerações.

Apesar das reuniões frequentes com a direcção do HCM, os médicos dizem que a única resposta recebida é que o processo está "dependente de autorização do Ministério das Finanças".

Durante esta paralisação, os médicos residentes garantem que apenas irão cumprir o horário normal de expediente, ou seja, das 7h30 às 15h30, de segunda a sexta-feira. Serviços como urgências, rondas e escalas fora desse horário serão suspensos.

"Não temos previsão para o fim da paralisação. Estamos reféns do cumprimento dos acordos anteriores", reforçou um dos porta-vozes, citado pela TV Sucesso Moz.

A falta de uma resposta institucional clara poderá agravar ainda mais o estado dos serviços de saúde pública, já fragilizados por carências humanas e materiais.




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