Ex-guerrilheiros da RENAMO denunciam exclusão de reunião nacional e declaram encontro “nulo”


Mais de 70 ex-guerrilheiros da RENAMO que residiam nas instalações do partido em Maputo afirmam ter sido excluídos da reunião nacional convocada pela direcção para discutir a crise interna. O encontro ocorre na capital moçambicana e tem como objetivo debater o futuro da organização.

Segundo Edgar Silva, porta-voz do grupo, nenhum dos ex-combatentes foi convidado para participar na reunião. Ele declarou:

"Não, não sabemos. Não sabemos. Não, não foi, não nos foi comunicado."

A comunicação com os ex-guerrilheiros, segundo Silva, cessou após sua retirada forçada da sede nacional, e qualquer tentativa de diálogo anterior foi interrompida com a expulsão do grupo.

Grupo contesta legitimidade da reunião


Os ex-combatentes consideram o encontro como “nulo” e sem legitimidade estatutária. Edgar Silva argumenta que a instância envolvida na reunião — referida como "Cold" (possivelmente a Comissão Política Nacional da RENAMO) — não possui competência para resolver os conflitos profundos que o partido atravessa.

"A Cold como um braço do partido só existe no papel. Não conhecemos seus membros. Na província onde vivo, Nampula, nunca houve uma reunião da Cold."

A crítica expõe fragilidades institucionais internas e levanta dúvidas quanto à transparência e representatividade dos processos decisórios em curso.

Invasão da sede e reivindicação política


O grupo de ex-guerrilheiros invadiu recentemente a sede da RENAMO e o gabinete do presidente, permanecendo no local por mais de duas semanas. O objectivo, segundo os mesmos, era pressionar pela realização de uma reunião ampla que decidisse os rumos do partido.

Embora a direcção da RENAMO tenha, de fato, convocado o encontro, os ex-combatentes sentem-se excluídos e deslegitimados. Para Edgar Silva e seus companheiros, a principal exigência continua a ser a “admissão do presidente e mais nada”.

RENAMO tenta conter crise com reunião nacional


A RENAMO anunciou que a reunião em curso inclui combatentes provenientes de todo o país, com o propósito de analisar e responder à crise interna que afecta a coesão e o futuro da organização.

A exclusão dos ex-guerrilheiros e a contestação pública da sua legitimidade, no entanto, lançam dúvidas sobre o alcance real das soluções buscadas. A divisão interna exposta poderá ter repercussões significativas na estabilidade do partido nos próximos meses.

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