Moçambique reduz ligeiramente a pobreza infantil, mas situação continua crítica

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Maputo – Entre 2014/2015 e 2022, Moçambique registou uma ligeira redução na pobreza infantil, passando de 46% para 41%, segundo dados oficiais divulgados pelo Ministério da Planificação e Desenvolvimento.

Contudo, apesar deste avanço estatístico, o governo considera o progresso irrisório e insatisfatório, classificando os 41% actuais de pobreza infantil como um indicador ainda muito elevado e preocupante para o futuro do país.

A pobreza infantil em Moçambique permanece como um dos principais desafios sociais, afectando gravemente o bem-estar e o desenvolvimento das crianças. De acordo com o relatório, as regiões centro e Norte são as mais assoladas, destacando-se as províncias da Zambézia e Niassa como as que apresentam os piores indicadores.

O documento realça ainda que a pobreza infantil em Moçambique não é somente um fenómeno económico, mas também estrutural. A falta de acesso a serviços essenciais como educação, nutrição adequada e protecção social tem contribuído para a perpetuação do ciclo de pobreza entre gerações.

Para responder ao problema, o Executivo tem estado a implementar vários programas sociais, com destaque para o Programa Nacional de Lanche Escolar, destinado a melhorar a alimentação das crianças em idade escolar. Embora o programa ainda não cubra todo o território nacional, já beneficia algumas escolas situadas nas zonas de maior vulnerabilidade.

Especialistas em desenvolvimento infantil alertam que a pobreza infantil em Moçambique exige respostas mais estruturantes, nomeadamente o investimento na primeira infância, acesso universal à educação básica e reforço da protecção social.

A persistência da pobreza entre as crianças moçambicanas compromete seriamente os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), nomeadamente o de erradicação da pobreza e garantia de educação de qualidade.

A redução observada entre 2014 e 2022 representa um passo tímido, que, embora positivo, não altera substancialmente o panorama nacional. A pobreza infantil em Moçambique continua a exigir compromissos políticos mais robustos e intervenções integradas.


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